Quando ele abria os olhos pela manhã, parecia um anjo, uma aparição. Desejava ser especial, extremamente merecedora, mas sou apenas... ok. Não pertenço aqui, nem ali, nem a lugar nenhum. Quero um corpo perfeito, um cabelo perfeito, um sorriso perfeito, filhos perfeitos, ser especial. Mas eu nem ao mesmo acredito em perfeição. Ele não pertencia a mim, não pertencia ao meu mundo. Que eu nem mesmo sei qual é. Ele é especial, beira a perfeição e eu, eu sou apenas... ok.
Apenas deixarei que ele vá, minha perfeição matinal. Meus dias de apreciação ficaram para trás. Agora acordo e está tudo simples, simplesmente o mesmo que será amanhã e que foi ontem. Mentimos constantemente para nós mesmos, desejamos o que não podemos apenas para nos martirizar e aquele que era tão acolhedor, agora não me pertence mais.
Só queria a perfeição, mas eu sequer acredito que ela possa existir.