quinta-feira, 30 de julho de 2009

Lembranças

A noite está quente, suga meu ar, sinto como se não pudesse respirar, o melhor a fazer é sair e tentar sentir a brisa em meu rosto nessa madrugada tão quente.
Caminho pela cidade, sem rumo, apenas caminho, quem sabe apenas uma volta ao redor da quadra seja o suficiente.
Minha mente está absorta por meus pensamentos, eles divagam assim como eu, sem rumo, sem nenhuma pretensão. Lembro de um ônibus escolar, com diversos adolescentes e seus hormônios em ebulição, a busca pela aceitação, a banalidade gostosa da adolescência. Ela era uma das mais belas do colégio, se destacava pois diante dos corpos em formação, sua beleza era quase de mulher. Ele não era dos mais belos, nem dos mais feios, mas tinha um charme que chamava atenção, seu status perante os demais garotos. Não era musculoso, mas era habilidoso no futebol, continha uma rebeldia perante os superiores e por ser assim destemido chamava atenção dos demais, assim como chamou a atenção da garota. Mas ela não tinha pretensões com ele, pelo contrário, tinha um certo medo. No entanto o desafio chamou sua atenção e ela encarou de forma corajosa e formosa. O que todos achavam impossível aconteceu, eles iniciaram um romance.
A menina agora definitivamente virou mulher, mas mantém até hoje o frescor da inocência.
Algo faz meus pensamentos serem abruptamente interrompidos, são os primeiros raios da manhã, melhor voltar pra casa antes que a cidade desperte.

Filme e madrugada.

Mais uma madrugada fria e solitária se aproxima, sinto que essa vai ser das longas. Procuro algo que me agrada em diversos canais, mas nada parece me entreter. Em um dos canais me deparo com algo que chama minha atenção, é um filme e as cenas são familiares, lógico é um dos meus filmes de terror predileto Pet Sematary. Pronto, achei algo que prende minha atenção.
Passei a apreciar filmes de terror por volta dos 7 anos, no início muita vezes eu tinha medo e recorria ao quarto dos meus pais, mas com o passar dos anos isso já não era mais necessário e passei a compartilhar esse gosto com uma amiga de colégio, passávamos longas tardes e noites assistindo filmes de terror e eu os aprecio até hoje.
O filme já acabou e eu ainda estou sem sono, melhor preparar um café, logo os raios solares vão invadir a sala pela fresta da cortina.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

3:33

Desperto inesperadamente, nada me incomoda, não são as meias, não é a coberta, muito menos a vontade de ir ao banheiro. Por que diabos acordei ? Olho no relógio e são exatamente 3:33, imediatamente penso que esse é um bom horário pra se acordar. Mas por quê ?
Tento mais alguns minutos dormir novamente, mas nada do sono voltar. Ok, levantarei.
O silêncio é interrompido por rajadas de vento, me dirijo a janela e o que vejo são raios rompendo o céu ao longe, mas no meio de tudo isso algo chama minha atenção, um homem está parado no ponto de ônibus, um ponto castigado pelos papeis colados e rasgados e pela má conservação. Mas o que será que faz este homem aí, esse horário e com chuva iminente ? Ele saca um cigarro e o acende. A chuva finalmente chega e passa pelos buracos na cobertura do ponto, o homem se encolhe no canto e continua a tragar seu cigarro. E eu estou absorta por essa figura, não faço ideia do porquê, mas ele me intriga.
O temporal finalmente acalma e o homem que acabou seu cigarrinho se vai, fazendo eu me recolher novamente. Ligo a televisão, logo mais começará um filme de trama policial, hora de preparar um café bem gostoso.
E lá se foi mais uma madrugada.